29.4.12

Manual de Epicteto: Desejo

II
1 - "Lembra-te de que a intenção do desejo é obter o que deseja - e a intenção da aversão a de nunca descair sobre o perfil da sua própria aversão. Ora bem: aquele que não alcança o que deseja infortunado é, e o que descai sobre o que aversão lhe causa infeliz se sente. Se em ti a aversão se não manifesta (e tal dependerá muito de ti, até por ser coisa contrária à natureza), acredita que não irás pelos caminhos da malevolência, nem pelas veredas da antipatia, e jamais te imiscuirás no seio da aversão. 
Mas, caso sintas aversão pela doença, morte ou pobreza, então dir-te-ei que serás infeliz."

28.4.12

ainda sobre prazer

Mathieu Ricard, monge Budista, fala sobre os hábitos da felicidade numa TED Talk em 2004:

"Uma das mais comuns é a confusão entre felicidade e prazer. Mas, se olharmos para as características de ambos, o prazer está na contingência do tempo, de um objecto ou de um lugar. É algo cuja natureza se altera.
(...)
Parece que se gasta à medida que o experienciamos.
E também, de novo, (...) não é algo que irradie de fora. Podemos sentir prazer intenso e alguns que nos rodeiam podem estar a sofrer imenso.
Então, que se passa, haverá felicidade?"


TED Talk
Mathieu Ricard
guia para a felicidade: Epicuro
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documentário. docuwat.ch

análise: prazer

"Não se pode por certo dizer que o prazer depende simplesmente da satisfação de um desejo, até porque o alcançar uma meta não vale por si mesmo mas pela táctica/estratégia que faz elaborar e que permite opor um prazer estratégico a um não estratégico, administrado pelos impulsos consoladores da religião, filosofia, da ética.
As fontes, os mecanismos, os objectos do prazer são multiformes e dependem não só das caracterizações do indivíduo mas também de parâmetros e variáveis sócio-culturais."(1)


27.4.12

nota de Kierkegaard

"O homem é espírito. Mas o que é espírito? É o eu. Mas, nesse caso, o eu? 
O eu é uma relação, que não se estabelece com qualquer coisa de alheio a si, mas consigo própria. Mais e melhor do que na relação propriamente dita, ele consiste no orientar-se dessa relação para a própria interioridade. O eu não é a relação em si, mas sim o seu voltar-se sobre si própria, o conhecimento que ela tem de si própria depois de estabelecida.

O homem é uma síntese de infinito e de finito, de temporal e de eterno, de liberdade e de necessidade, é, em suma, uma síntese."

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O Desespero Humano

9.4.12

Introdução / Metodologia


Com vista a uma primeira abordagem deste tema, a felicidade, tomou-se como ponto de partida a consulta da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. Segundo consta então escrito, no que respeita à felicidade, duas principais questões se apresentam: qual é a natureza, a essência da felicidade?; que lugar lhe compete na vida moral? 

Através desta e de demais leituras, houve a constatação de que o estudo que se pretende efectuar não poderá fazer-se senão pela análise fenomenológica dos conceitos que constituem a construção da felicidade. A investigação conduzir-se-á por conceitos e não por autores, procurando, através de cada um, abordar o maior número de pensadores.
Os conceitos tidos como mais pertinentes à formação do tema principal são: prazer, religião, liberdade e amor. Estes conceitos englobam outros temas intrinsecamente ligados (desejo, família, inconsciente, entre outros).