6.6.12

"A liberdade não é uma propriedade da natureza ou essência humana." Pertence à estrutura do ser consciente. "Aquilo a que chamamos liberdade é, pois, impossível de distinguir do ser da 'realidade humana' "
O ser-em-si, opaco, sem consciência, não é livre. O para-si, separado do ser, não pode ser determinado pelo ser: foge à determinação do ser-em-si e é essencialmente livre.
A liberdade pertence à própria estrutura do para-si; não podemos escolher entre ser livres ou não: simplesmente somos livres pelo próprio facto de sermos consciências.
(1)


"A liberdade espontânea do eu, que não tem a preocupação da sua justificação, é uma eventualidade inscrita na essência do ser separado: de um ser que já não participa e, nessa medida, que tira de si próprio a sua existência, de um ser que vem de uma dimensão da interioridade, de um ser conforme ao destino de Giges, que vê os que o olham sem que eles o vejam e que sabe que não é visto."
(2)



"A verdade é misteriosa, perigosa, fugitiva, sempre por conquistar. A liberdade é perigosa, tão dura de viver como excitante. Devemos caminhar para estes dois fins, penosa mas resolutamente, antecipadamente certos dos nossos desfalecimentos em tão longo caminho."
(3)



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(1)
Jean Paul Sartre
Jean-Paul Sartre - Colecção Grandes Filósofos, LisboaEdições 70, 2008
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(2)
Emmanuel Levinas
LEVINAS, Emmanuel, Totalidade e Infinito, Lisboa, Edições 70, 1980
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(3)
Albert Camus
Discurso de 10 de Dezembro de 1957, na Câmara Municipal de Estocolmo

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